Encontro dos cursinhos populares alinha estratégias e avança na discussão da institucionalização na UFSCar

A fim de fortalecer a estrutura e melhorar as condições de atuação dos bolsistas e voluntários, foi realizado o evento “Encontros de Cursinhos da UFSCar”, em rodadas presenciais nos quatro campi.

Com um fundamental papel na democratização do acesso à universidade pública e em consonância com sua política de ações afirmativas, a UFSCar conta com quatro cursinhos populares pré-universitários, um em cada campus, que preparam os jovens e adultos para os vestibulares, Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) mas, especialmente, trabalham a educação popular, cidadã em base crítica e construtiva.
Cada cursinho é uma proposta autônoma de coletivo da comunidade universitária do campus que o sedia, representado por discentes, docentes e técnico-administrativos. Tem seu desenho pedagógico e organizacional próprio, com funcionamento gerido a partir de projeto avaliado e aprovado no âmbito da Extensão, com apoio financeiro da UFSCar, principalmente, a partir da concessão de bolsas para os discentes de graduação. O tempo de atuação e de impacto de cada grupo reflete relativamente a história cronológica de cada campus, mas, considerando apenas o último ano, os esforços desses coletivos, somados, resultaram em atendimento de cerca de quinhentos educandos.
No último ano, a partir de promoção da Pró-Reitoria de Extensão, têm sido realizadas atividades por um Grupo de Trabalho presidido pela Coordenadoria de Atividades Curriculares de Extensão (CACE), representada pelo Prof. Dr. Márcio Rogério Silva, com a participação de coordenadores dos cursinhos e um representante por Centro Acadêmico da UFSCar, com o intuito de promover ampla discussão sobre a adequação de um processo de institucionalização dos cursinhos. “A constituição do GT, especificamente com membros representativos dos oito Centros Acadêmicos da UFSCar e dos próprios cursinhos, oportuniza de forma democrática uma discussão institucional em busca de soluções para os desafios da continuidade das ações desses grupos, porque seu funcionamento atual fica na dependência da dinâmica e das regras da extensão universitária, embora enfrentando diariamente a necessidade de uma governança e de uma estrutura física de unidade organizacional permanente”, declara a Pró-Reitora de Extensão, Ducinei Garcia.

Por iniciativa do GT, também a fim de fortalecer a estrutura e melhorar as condições de atuação dos bolsistas e voluntários, foi realizado o evento “Encontros de Cursinhos da UFSCar”, em rodadas presenciais nos quatro campi. Participaram os pró-reitores da ProEx, coordenadores, bolsistas, voluntários e educandos para trocas de experiências sobre pontos fortes, desafios, oportunidades e ameaças de cada um dos cursinhos, buscando construir um entendimento de soluções, em movimento coletivo, sem abrir mão da individualidade e característica própria de funcionamento de cada um dos cursinhos. Na última rodada do evento, realizada em novembro, no campus Lagoa do Sino, um dos destaques foi a apresentação de levantamentos preliminares das discussões do Grupo de Trabalho (GT).
“Os primeiros passos foram dados com os encontros, combinando esforços dos membros do GT com as equipes dos cursinhos para levantar e diagnosticar as forças, as fraquezas e os desafios de cada grupo. Foram momentos de reflexão coletiva riquíssimos. Não há dúvidas do impacto positivo que as ações dos cursinhos populares da UFSCar têm junto aos territórios onde estão imersos. Por outro lado, é muito evidente de quem participa das equipes dos cursinhos, a despeito de por vezes gerar sobrecargas próprias, a demonstração de uma força, de uma resiliência e de um sentimento de pertencimento”, destacou a Pró-Reitora.
A partir desse levantamento, espera-se que em janeiro de 2025 seja apresentada uma proposta de política institucional para os cursinhos populares à Reitoria, para que possa ser construída, provavelmente, pela continuidade do GT em uma nova etapa de implementação do planejamento de curto, médio e longo prazo. Essa expectativa é compartilhada pela reitora Ana Beatriz de Oliveira, que finalizou o evento de Lagoa do Sino por vídeo de apoio em que ressalta o carinho e a importância dos cursinhos.
Márcio Rogério Silva que, além de acompanhar os cursinhos pela CACE/ProEx, também é docente do Campus Lagoa do Sino, destaca que “os encontros foram momentos de muita troca e construção orgânica da relação entre os projetos de cada campus. Para além da institucionalização, foi um momento único de trocar saberes sobre forças e desafios, na busca por ações conjuntas para mitigar os problemas em comum, onde a alta taxa de evasão é um exemplo de problema comum a ser tratado e mitigado, assim como apoio em gestão, formação pedagógica, valorização do trabalho dos coordenadores, recursos financeiros e de materiais, impressões, relações com o poder público local, alimentação, dentre outras questões.”
“A expectativa é que possamos sistematizar os problemas em comum e também os específicos e, com isso, traçar as estratégias a curto, médio e longo prazo a partir da institucionalização, para atuar no aprimoramento das atividades, fortalecendo ainda mais os nossos cursinhos”, completou.