UFSCar integra desenvolvimento de agência nacional de divulgação científica

A UFSCar, por meio de seu Instituto da Cultura Científica (ICC), está à frente do processo de desenvolvimento de uma agência nacional de divulgação científica, chamada de “Agência Nacional de Comunicação Pública da Ciência e do Conhecimento Acadêmico”.

A UFSCar, por meio de seu Instituto da Cultura Científica (ICC), está à frente do processo de desenvolvimento de uma agência nacional de divulgação científica, chamada de “Agência Nacional de Comunicação Pública da Ciência e do Conhecimento Acadêmico”. O projeto está sendo conduzido no âmbito da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), por meio de seu Colégio de Gestores de Comunicação (Cogecom).

“Esta é uma ideia que apresentamos a colegas na Andifes há mais de 20 anos, mas que, naquele momento, não encontrou as condições para seu desenvolvimento. Em agosto do ano passado, no encontro anual do Cogecom, ela encontrou solo fértil e, desde então, já andamos bastante não apenas na concepção do modelo a ser adotado, mas também em relação ao estabelecimento de parcerias para sua viabilização”, conta a jornalista Mariana Pezzo, Diretora do ICC.

A Agência deve abranger não só a produção e circulação de notícias sobre as pesquisas desenvolvidas nas universidades públicas brasileiras, mas também outros caminhos para que esse conhecimento chegue à sociedade. “Desde a pandemia, a divulgação científica vem ganhando visibilidade, mas algumas vezes essa valorização vem acompanhada de uma compreensão um pouco ingênua, de que notícias de Ciência e Tecnologia eventualmente seriam suficientes para reverter os ataques que as universidades vieram sofrendo. Fortalecer a cultura científica é um empreendimento multifacetado, e é esta compreensão que levamos para a Agência”, defende Pezzo.

Assim, além da articulação dos esforços de produção jornalística já realizados nas diferentes instituições, bem como da busca pela multiplicação e qualificação dessas iniciativas, a Agência também deverá abrigar materiais voltados, por exemplo, a gestores públicos e outras pessoas envolvidas com a formulação, execução e avaliação de políticas públicas. “No Brasil, ainda trabalhamos muito pouco com os chamados policy papers, documentos que buscam compartilhar – de forma sintética e em linguagem acessível – as melhores evidências científicas sobre temas em debate na esfera pública. Usando metodologias de produção de consenso já consagradas, nossa ideia é que as equipes de Comunicação possam atuar também como apoio nesse sentido”, adianta a jornalista.

No início de abril, uma reunião de trabalho entre o grupo de trabalho do Cogecom encarregado do projeto e diretores e gerentes da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) tratou do desenvolvimento da plataforma digital que viabilizará a Agência e, em breve, deve ser assinado acordo de cooperação técnica entre as duas instituições. Já em maio, na reunião da Regional Sudeste do Cogecom, a jornalista da UFSCar voltou a falar sobre a iniciativa, que também já foi pauta de reuniões no Ministério da Educação e na Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

“Em todos os lugares, a recepção é sempre muito entusiasmada. Estamos animados, otimistas e muito engajados no trabalho. A proposta não saiu do papel há 20 anos, mas agora não há mais sombra de dúvida de sua necessidade e relevância. Esperamos, até o final deste ano, já ter uma primeira etapa em atividade”, revela Mariana Pezzo.