UFSCar participa do Censo da Extensão Universitária

O Raio X da Extensão Universitária foi apresentado no 51º Encontro Nacional do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras, na Universidade Federal do Pará, em Belém. O censo mapeou dados de 2022 dessas instituições para ter um panorama real em todo o país e atuar com o Ministério da Educação na construção de políticas públicas para a Extensão.

O Raio X da Extensão Universitária foi apresentado no 51º Encontro Nacional do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX), na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. O censo mapeou dados de 2022 dessas instituições para ter um panorama real em todo o país e atuar com o Ministério da Educação (MEC) na construção de políticas públicas para a Extensão. Para levantar os dados, um formulário foi construído com referência nos indicadores propostos pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

“O levantamento sistemático de informações para mapeamento e diagnóstico da extensão universitária nas instituições de ensino superior brasileiras, centralizado por entidade que legitimamente as representa nessa dimensão acadêmica, que é o FORPROEX, nos ajuda na tarefa complexa de identificar desafios comuns e de planejar políticas estratégicas em nível nacional, incluindo aquelas de alocação permanente de recursos para a extensão no orçamento institucional”, conta Alexandre Rodrigo Nishiwaki da Silva, Pró-Reitor Adjunto de Extensão da UFSCar, que coordenou a coleta de dados na instituição.

De acordo com os dados presentes no levantamento, em 2022, no que tange o grupo das universidades federais foram realizados três mil programas de extensão, aproximadamente 29 mil projetos de extensão, mais de 20 mil eventos, cerca de 12 mil cursos e oficinas, e em torno de 4,5 mil prestações de serviços. Deste total, 33% das práticas tiveram como tema a Educação, 23,7% abordaram questões relacionadas à Saúde e 11,3% foram sobre Tecnologia e Produção, tendo como a maioria dos participantes estudantes e docentes. Na UFSCar, foram 210 programas de extensão, 1432 projetos de extensão, 376 cursos e oficinas, e em torno de 200 eventos e prestação de serviços, também tendo como tema, na maioria dos casos, Educação, Tecnologia e Produção, seguida de Saúde.

Em 2022, as universidades federais tiveram investidos quase R$ 80 milhões nas ações de extensão, levando em conta recursos para bolsas e custeio e considerando verbas de recursos próprios e/ou mesmo de execução orçamentária de valores previstos no LOA para aquele ano. Em bolsas foram pagos R$ 65,4 milhões, representando, em média, R$ 400 por estudante, por 10 meses. Embora 5% das instituições tenham declarado ausência de orçamento dedicado à extensão, considerando o total investido, comentado acima, e o número de universidades federais, resulta em aproximadamente R$ 1,16 milhão em média por instituição. De acordo com o mapeamento, na UFSCar, foram R$ 721 mil investidos, entre custeio e bolsas concedidas no valor mensal de R$ 320, utilizando apenas verbas de recursos próprios.

“Apesar do total geral de recursos das universidades federais destinado à Extensão parecer significativo em números absolutos, temos que dar ouvidos ao destaque do presidente do FORPROEX e Pró-Reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Uberlândia, professor Helder Eterno da Silveira, de que esses valores representam apenas 1,4% dos recursos do orçamento anual dessas instituições e que é relativamente pouco pelo o que representa a Extensão”, reforça o Pró-Reitor Adjunto de Extensão da UFSCar.

O censo ainda apontou se as universidades federais contam com sistemas de informações e registro da extensão e se os dados são de acesso público. No total, 94% das instituições contam com sistemas para gestão desta área e 72,3% deixam os dados à disposição. A relação da extensão e da pós-graduação, assim como outros dados orçamentários também integram o censo. Confira todos os dados disponibilizados neste link.

“Pelas discussões realizadas no FORPROEX, assim como no Colégio de Pró-Reitores de Extensão, percebe-se uma diversidade grande nos modelos de gestão da Extensão nas universidades brasileiras que, muito além de uma prática da autonomia universitária, se origina do fato da dimensão Extensão apresentar limites permissivos às dinâmicas contextuais e territoriais de cada instituição. Por essa razão, a experiência com o Censo 2022 nos mostrou a importância da continuidade da articulação dos colegiados nacionais com o Ministério da Educação, e com órgãos como o TCU, para aprimorar o processo de elaboração de indicadores e de coleta de dados no sentido de estabelecer parâmetros de análise calibrados com essa realidade.” complementa Ducinei Garcia, Pró-Reitora de Extensão da UFSCar.

Durante o Encontro Nacional do Forproex, que contou com a participação de representantes do Ministério da Educação (MEC), além da apresentação do Raio X da Extensão Universitária, houve outras atividades relacionadas ao tema central "Extensão, Democracia e Desenvolvimento do Território". Foram discutidos formatos, avaliação e acompanhamento da extensão e desafios para a área, como financiamento, a construção de uma política de Estado, a revisão do Censo da Educação Superior para incluir coleta de dados sobre a extensão, assim como a ampliação da inserção da extensão na graduação e na pós-graduação. No encerramento do encontro foi emitida a Carta do Belém, com propostas e encaminhamentos de diversas ações para o avanço da extensão no país.

Embora, a Extensão Universitária esteja regulamentada a partir das diretrizes da Resolução CNE 07/2018, com a indicação da obrigatoriedade da inserção curricular, ainda há muito para se avançar no reconhecimento de sua relevância na formação do egresso do ensino superior e na ‘genética’ de uma instituição acadêmica”, avalia a Pró-Reitora de Extensão da UFSCar.

Além de relatar o encontro de gestores e gestoras da extensão, a Carta de Belém do Pará aborda os temas presentes no evento, marcado pela defesa da relevância da extensão para a democratização do ensino superior e de seu compromisso com a transformação social. Dentre os destaques, estão a criação de grupos de trabalho para discutir os formatos de oferta da extensão, a ampliação da articulação entre órgãos públicos e diferentes representações da sociedade civil, a realização de eventos sobre práticas de gestão da extensão e a conclusão do processo de inserção curricular da extensão. Confira a Carta de Belém na íntegra neste link.